Boa noite Amigos!
Hoje gostaria de falar um pouco sobre as escolas cervejeiras.
Mas antes, é importante sabermos que cada cerveja tem
um estilo definido que é exclusivo de cada escola cervejeira. Cada estilo
carrega a sua personalidade com diferentes aromas, sabores e as mais diversas
colorações. Existem dois principais guias de estilos para cerveja, o Brewers Associate (BA) e
o
Beer Judge Certification Program
(BJCP). (abordarei este assunto em outro post)
Hoje gostaria de falar um pouco sobre as escolas cervejeiras.
fonte: Brewers Associate |
Atualmente
existem 4 escolas cervejeiras, são elas: Escola
Alemã, Escola Belga, Escola Inglesa e Escola Americana.
Vejamos
cada uma delas
Escola
Alemã
É comum
associarmos cerveja a Alemanha. Quando pensamos em cerveja, logo imaginamos um
típico alemão com uma caneca de cerveja.
A
tradição cervejeira alemã é regida pela Reinheitsgebot (lei da pureza
alemã de 1516) que determina que a cerveja deve ser feita com apenas 3
ingredientes: malte, água e lúpulo (a levedura foi incluída posteriormente).
Não foi nisso que você pensou?! |
A grande
maioria das cervejas da escola alemã são lagers (cervejas de baixa
fermentação). Os alemães revolucionaram o mundo cervejeiro ao começarem a armazenar
(daí o nome lager que significa armazenar em alemão) grandes blocos
de gelo que eram formados nos lagos e rios das regiões, em grandes cavernas
para estocar a cerveja produzida no inverno, que posteriormente seria consumida
no verão.
Desta
forma, acidentalmente, os alemães selecionaram um tipo de levedura mais
resistente ao frio e que produzia cervejas mais límpidas e com menos sabores
indesejados, muito antes de se ter conhecimento do que eram leveduras.
Mais
tarde nascia cientificamente a levedura de baixa fermentação, a Saccharomyces Carlsbergensisem,
que teve este nome em homenagem a cervejaria Carlsberg onde Louis
Pasteur trabalhava quando descobriu o levedo.
Principais
características da escola alemã:
- Lealdade à cultura regional e cerveja local;
- Resistência às grandes corporações e aquisições;
- Cada cidade, vila oi bairro tem a sua pequena cervejaria;
- Fidelidade à Lei da Pureza de 1516.
Reinheitsgebot |
Diferente
da escola alemã, a escola belga não foi submetida a uma lei limitando a
quantidade de ingredientes na produção da cerveja, pelo contrário, tudo aquilo
que pudesse agregar sabor a cerveja poderia ser utilizado. Ou seja, as cervejas
poderiam ser feitas com adições de frutas, temperos, condimentos e diversos
cereais, algumas nem levedura utilizam, a fermentação acontecia e acontece de
forma espontânea por micro-organismos presentes na natureza.
Selo Trapista. O selo só é concedido se o mosteiro respeitar as regras da organização |
Outro
grande diferencial da escola belga é o cuidado e a atenção ao ritual de
apreciação da cerveja. Detalhes como a garrafa, aparência e, principalmente, em
qual taça será servida a cerveja são levados a serio. Cada cervejaria faz
questão de ter sua própria taça personalizada para cada rotulo/estilo, com o
objetivo de potencializar a experiência do bebedor.
Principais características da escola Belga:
- Totalmente livre, sem regra que limitam os ingredientes;
- Rica em detalhes, como as taças especificas para cada cerveja;
- Cervejas complexas, com aromas e sabores surpreendentes;
- Cerveja de Abadia e Trapistas.
Considera a melhor cerveja do mundo. |
Escola
Inglesa
Diferente
das escolas alemã e belga, a cervejas inglesas, conhecida como Ales, na sua
grande maioria são escuras, amargas, secas, com baixa carbonatação.
Antigamente
os ingleses não adicionavam lúpulo na cerveja, as cervejas britânicas eram
temperadas com ervas e condimentos locais. A partir do sec. XV com o advento do
lúpulo na Inglaterra os ingleses passaram a chamar as cervejas com adição de
lúpulo de “beer” enquanto as cervejas tradicionais britânicas, aquelas feitas
sem lúpulo eram chamadas de “ales”.
Algumas torneiras de chope |
- Habito de beber com os amigos em pubs. Mais de 60.000 pubs
- Maior consumo de chope – draugth beer. Em torno de 60% de toda cerveja consumida
- Movimento CAMRA (movimento que visa estimular o consumo da cerveja artesanal inglesa de modo tradicional)
- Tradição principal de Portes e Pale Ales
- Cervejas menos carbonatadas e com pouca espuma
Fonte: Have a Nice Beer |
Não é novidade
que americano é extravagante, gosta de tudo “mais”. Com a cerveja não podia ser
diferente. As cervejas americanas são mais amargas, mais alcoólicas, mais
encorpadas, mais robustas, mais...mais...mais e mais...É fácil identificar
uma cerveja da escola americana, basta ter Imperial antes do nome principal:
Imperial IPA, Imperial Stout e por ai vai.
Brincadeiras
a parte, a escola americana é de grande importância para o mundo cervejeiro.
Antes da promulgação da lei seca em 1920, os EUA tinha algo em torno de 1.800 microcervejarias,
em sua grande maioria operada por imigrantes europeus e filhos de imigrantes
que detinham as técnica de fazer cerveja. Em 1933, quando foi posto
um fim a lei seca, sobraram menos de 60 cervejarias em todo o país. Porém, aproximadamente,
na década 60, grupos de cervejeiros caseiros começaram um movimento que se
espalhou pelo país inteiro e hoje é uma febre. Esse movimento é conhecido como
“craft brewing” e hoje os EUA já tem algo em torno de 1.300 microcervejarias em
operação.
Principais características da escola americana
- Escola marcada pelos exageros, pela intensidade
- Inspiração, na maioria dos casos, em estilos ingleses e belgas
- Grande utilização de lúpulo com caráter cítrico/frutado.
- Intensidade de teor alcoólico
Este é um
breve panorama das principais escolas cervejeiras. Poderíamos falar por horas
sobre as características de cada escola e de cada estilo, mas o objetivo deste
post é apenas despertar o interesse e a curiosidade sobre este universo
magnifico.
Entre uma escola e outra, fico por aqui, ao som de Soul to Squeeze do Red Hot Chili Peppers
Forte
abraço.
Referências:
Larousse da Cerveja: Ronaldo Morado
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